Oswald de Andrade
"Viajei, fiquei pobre, fiquei rico, casei, enviuvei, casei, divorciei, viajei, casei… Já disse que sou conjugal, gremial e ordeiro. O que não me impediu de ter brigado diversas vezes à portuguesa e tomado parte em algumas batalhas campais. Nem ter sido preso 13 vezes. Tive também grandes fugas por motivos políticos. Tenho quatro filhos e três netos e sou casado, em últimas núpcias, com Maria Antonieta d’Alkmin. Sou livre-docente de Literatura na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo.”
Assim Oswald de Andrade resumiu sua vida, poucos anos antes de morrer: intensa, tumultuada, imprevisível. Desde muito jovem teve paixões: Landa, Kamiá (mãe de Nonê, primeiro filho), Daisy, Tarsila, Pagú (mãe de Rudá), Julieta Bárbara e Maria Antonieta d’Alkmin (mãe de Antonieta Marilia e Paulo Marcos).
Para Maria Antonieta declarou: “Eu quero nunca te deixar/ Quero ficar/ Preso ao teu amanhecer”. Desejo não realizado; ele morreu deixando-a viúva com os dois filhos pequenos.
“Oswáld” ou “Osvaldo”, como todos o chamavam, dedicou-se à literatura até os últimos anos, abandonado pela crítica e pelos amigos. Enfrentava graves problemas financeiros e de saúde. Seu livro de memórias, publicado no ano de sua morte, intitula-se “Um homem sem profissão”.
O nome completo de sua filha é uma homenagem à musa por quem ele foi apaixonado: Antonieta (é a) Marilia de Oswald de Andrade.